Um festival literário na mantiqueira para praticar a arte do encontro e de pertencer

Flima começa nesta quinta-feira (15) e termina no domingo (18), com atrações como Milton Hatoum, Jamil Chade, Luciany Aparecida, Kaká Werá, Milly Lacombe, entre outros

pra ler ouvindo 📚

Em ritmo de Nordeste Ficção na voz de Juliana Linhares, preparo meu deslocamento para a Festa Literária Internacional da Mantiqueira (FLIMA) e legislo em causa própria nesta newsletter, já que além de assinar a comunicação da festa, assino também meu nome na Mantiqueira ao me jogar completamente no que eu acredito: a literatura assim, gratuita, despida, pensando o Brasil pelo lado de dentro, me trazendo aquilo que é urgente: pertencimento.

E, claro, acho que vocês já sabem, mas o trio curatorial deste ano, composto por Cristiane Tavares, Maria Carolina Casati e Roberto Guimarães trabalhou na ideia de “Deslocamentos e Pertencimentos”, com uma homenagem riquíssima a um dos maiores autores da literatura brasileira vivos: Milton Hatoum (que além de um grande escritor, é um lorde, mas isso é assunto para outra news).

Fato é que a FLIMA traz exatamente isso: a sensação de sermos parte de algo. De viajar, de encarar o frio (quem me conhece sabe que eu odeio. Amo o verão, me julguem), de trabalhar por meses e meses na construção de algo que começa muito no campo subjetivo e ganha forma não somente através dos banners belíssimos que Ana Starling fez e da decoração de Jane Ciam, mas, sobretudo, dos encontros que se tornam tão possíveis nesta que leva o nome de festa e não de feira, porque o objetivo principal é celebrar e não somente vender livros.

É assim, então, que faço esse convite especial para que compareçam à FLIMA. Além do charme natural de Santo Antônio do Pinhal (SP), temos os muitos encontros, com uma programação pensada para todes, desde os pequenos, aos mais velhos e neste ano com a novidade: uma curadoria que é também musical.

Como eu disse: do Brasil de dentro para o exterior, os deslocamentos forçados ficam menos penosos quando se pratica a arte do encontro pela palavra e pela criação das novas linguagens, como o horror de Edyr Augusto, o thriller de Morgana Kretzmann, as memórias de Luciany Aparecida e Zé Henrique Bortoluci. A jurema-preta de Marcelo Leite e Chirley Pankará, o olhar para a palestina de Marie Ange Bordas e Jamil Chade, a Amazônia que é o mundo de Milton Hatoum, o feminismo de Bianca Santana e Milly Lacombe, as religiões muitas exploradas e narradas por Dia Bárbara Nobre, Anna Virginia Ballousier e Dandara Suburbana. Na poesia de Ana Rusche, Prisca Agustoni, Edimilson Pereira Almeida. No pertencimento indígena de Kaká Werá. No fazer literário de Teresa Arijón (Argentina) e Jr. Bellé.

“Eu não posso mudar o mundo mas eu balanço o mundo” [Juliana Linhares]

A Mantiqueira já está chamando — e, se você ainda não se organizou pra subir a serra em maio, este é o sinal. A FLIMA 2025 tá chegando e a programação tá daquele jeito que a gente gosta: forte, diversa e cheia de encontros que atravessam o corpo, o tempo e a palavra.

De 15 a 18 de maio, Santo Antônio do Pinhal vai virar território de trocas profundas, cafés demorados e muito livro embaixo do braço. A 7ª edição da Festa Literária da Mantiqueira tem como tema “Deslocamentos e Pertencimentos”— e não poderia ser mais urgente falar sobre isso.

Entre os nomes confirmados estão Jamil Chade, Tati Bernardi, Kaká Werá, Luciany Aparecida, Milly Lacombe, Bianca Santana, Edimilson de Almeida Pereira, Chirley Pankará, Ana Rüsche, Prisca Agustoni, Marie Ange Bordas, Morgana Kretzmann e muita, muita gente incrível.

E tem mais: esse ano a FLIMA amplia a programação com shows ao ar livre (sim, música!), uma feira de livros com mais de 30 estandes, lançamentos, atividades infantojuvenis, oficinas e até intervenções poéticas. Tudo gratuito. Tudo de verdade. E com acessibilidade em LIBRAS, audiodescrição e legendas.

✨ Destaques rápidos:

• Quinta (15/5): abertura com recital do alaudista sírio Rajana Olba e mesa com Jamil Chade.

• Sexta (16/5): estreia do novo livro do jornalista Marcelo Leite sobre ciência e Jurema, mesa sobre crise climática com Ana Rüsche e show da maravilhosa Juliana Linhares.

• Sábado (17/5): espiritualidade, fronteiras e migração com Dandara Suburbana, Marie Ange Bordas, Edyr Augusto e um show de Buena Vista Social Club com o grupo Quimbará.

• Domingo (18/5): feminismo com Milly Lacombe e Bianca Santana, Tati Bernardi lançando “A Boba da Corte” e Zé Pitoco encerrando o festival com muito forró.

E sim, estarei por lá mediando conversas e circulando com meu caderninho. Vem trocar ideia comigo!

💡 compartilha com os amigos, organiza tua caravana e bora

🫱🏽‍🫲🏿 Porque mais do que um festival, a FLIMA é sobre estar junto. Sobre encontrar. Sobre pertencer.

Nos vemos nas montanhas?

📍 FLIMA 2025
🗓️ 15 a 18 de maio
📌 Santo Antônio do Pinhal – SP
🎟️ Entrada gratuita
🔗 https://flima.net.br

---

Oficinuda 👩🏽‍💻

Uma mediação ruim pode arruinar seu evento — e a gente sabe disso na pele. Por isso, decidimos reunir nossas experiências e aprendizados para compartilhar o que realmente importa quando o assunto é conduzir uma boa roda de conversa, mesa literária, clube de leitura ou qualquer encontro com palavras e presença.

📚 No dia 21 de maio, das 19h às 22h, acontece o encontro Mediação de Conversas Literárias, com Brisa de Souza e Jéssica Balbino. Uma oficina prática, direta ao ponto e feita para quem quer sair do automático e entender, de verdade, como construir mediações sensíveis, instigantes e com escuta ativa.

Vamos falar sobre:

– O que perguntar?
– Como ouvir?
– Quando intervir (ou não)?
– Como criar vínculos com público e convidadxs?
– E como transformar o que parece “só uma mediação” em algo potente, memorável e político?

Tudo isso com troca, afeto, e a certeza de que mediação não é só currículo bonito: é conexão.

🎟 Inscrições em: bit.ly/mediacaomagica
💸 Valor consciente: R$ 30 | 50 | 70 | 100 (com bolsas disponíveis)
🧭 100% online
🗓 21 de maio | ⏰ 19h às 22h

Se você já mediou uma mesa, quer mediar ou só quer aprender a fazer perguntas melhores, esse encontro é pra você. Vem com a gente criar mediações mais mágicas e menos mecânicas. 💬✨