Intelectuais, escritores, editores, bons pais, bons maridos, bons filhos, homens divertidos e gentis que, quando ninguém está olhando desejam subir em mulheres como eu, gordas, e acham isso divertido
Isso me deixou amargo na boca porque eu lembro que um dos citados no e-mail tinha um tumblr chamado “FUCK YEAH - Gostosa que se acha gorda” com fotos de mulheres gordas “padrão”, muito acinturadas, peitao, bundao. O fetichismo e a “gorda aceitável”. Uma eu homenageio, a outra eu monto em cima. Mais uma espécie de crueldade na gordofobia e na misoginia, servidos frios. Nojo.
Eu ouvi o podcast e a parte sobre a violência contra as meninas da universidade foi algo que me deixou bastante triste. Li seu texto. Ele é potente e não me deixará esquecer sobre a gordofobia, principalmente em relação às mulheres, que, de novo, são alvo todo dia de alguma coisa vive nessa insistência absurda de nos machucar.
Eu já li “tudo” sobre o CPF na nota e nada de ouvir o podcast de fato (gatilhos). A certeza de que ele torna a frase “não existe uma experiência individual” na vida das mulheres verdadeira, é uma triste constatação. Porém que bom poder te ler no meio desse turbilhão. Sigamos. 🤝
Esse episódio lamentável do rodeio foi apagado da memória de muita gente. Como tantos outros onde a pauta não dói uma vez que sempre cabe a quem sofreu a violência "virar a página e seguir em frente", seja lá com seus traumas e a que custo em terapia. Aos propagadores da violência aquela desculpa tipo "band-aid" sempre foi a maior punição que tiveram. Bobear hoje estão em cargos de gerência em empresas dizendo que aquilo foi uma "brincadeira tola de adolescente"... Queria saber se teve unzinho que veio olhar nos olhos das meninas que zoaram e se mostraram sinceramente arrependidos a ponto de fazer algo para que coisas desse tipo nunca mais acontecessem? Enquanto isso seguimos acreditando nas voltas que o mundo dá, esperando que a justiça divina faça mais do que a sensibilidade humana deveria fazer.
Nenhuma mulher está protegida. Nem mesmo das outras mulheres.. aquelas que te julgam com olhares na loja em que vendem roupas por te acharem "inapropriada" para o estilo, nas academias onde buscamos recuperar ou ter aquilo que muitas tem de sobra (autoestima), quando vem a "amante" consolar o pobre do cara casado incompreendido pela esposa tóxica (mal sabendo a versão da esposa, ou as noites em que ao invés de afeto ela ouviu críticas, cobranças e ausência), nos circulos de mulheres quando te julgam "aquela erudita nerdola", "a santinha", a "x rotulos além"... são poucas - e essas guardamos na alma, aquelas que sim - mostram empatia, acolhimento e a tal sororidade. Muitas seguem alimentando estes machos e rindo junto, porque acham que estão no mesmo patamar que eles. A gente luta e segue lutando acreditando ingenuamente em uma mudança, só porque lá atrás contaram pra nós que a "esperança é a última que morre" - mas não disseram que antes dela, muitas mulheres morrerão primeiro.
Obrigada! Nenhuma experiência é individual. Ja fui motivo de piadas em outro espaço, o eclesiastico! NÃO ERA MULHER PRA CASAR, porque era gorda e falava muito, estudava ! e sofri isso na pele, quando nas palavras da eclesia " conseguiu o que queria" levei pé na bunda e fui motivo de chacotas! isso acabou com meu psicologico! Na Academia não sofri isso, mas sabemos que isso é real. Eles pagam de bom moços. Mas ainda hoje, fazem piadas e nos objetivizam! obrigado por seu texto!
Nossa, que texto bom. Obrigada por chamar atenção dessa parte, que pelo jeito passou batido. Violência com mulheres gordas é na verdade uma violência a todas as mulheres — afinal eles mesmos, homens, têm essa permissão que não nos é dada, não é ?
Consolo-me que todos do referido e-mail são absolutamente medíocres em sua escrita, mas gera revolta que ainda assim sejam prestigiosamente publicados e premiados, enquanto nós nos mantemos à margem.
Eu fiquei muito triste com esse episódio, de verdade. A gente pensa que tá protegida na bolha progressista, mas não. Os caras são bastante cruéis e querem ver gente como eu sendo violentada publicamente. Se divertem e regozijam com isso. Muito triste.
Sim. Muito cruéis. Mas sempre foi assim, o nosso corpo pertence a eles e às suas opiniões sobre nós, enquanto mulheres. Você já participou de algum grupo de escrita criativa comandado por um homem, de preferência um com um ego bem inflado e já premiado ? Show de horrores…
Boa noite. O que a Vanessa Bárbara relatou na citação a essa coisa horrenda do "Rodeio das Gordas" era para ter repercutido novamente, mas com a força total da "Horda Progressista" que tanto fica gritando palavras de ordem nas Redes Sociais. Não vi reação ou citação alguma dessa parte do "CPF Sem Nota" advinda de trabalhos como Mídia Ninja, Jornalistas Livres, Brasil de Fato, Pragmatismo Político... Nem os Progressistas solitários, seguidos por milhares e milhões se manifestaram. Eu somente soube dessa atrocidade a partir do episódio do Podcast e me revolto totalmente com o que ocorreu; e mais raiva ainda deu ao pesquisar na Internet e ver que os lixos que fizeram aquilo tudo com as meninas foram tratados como as vítimas ao invés DELAS, como se fossem garotinhos que aprontaram uma "brincadeira inconsequente" sem maiores desdobramentos. Essas moças, hoje, devem carregar ainda o trauma do que ocorreu com elas de uma forma muito pesada e é revoltante que os Desgraçados que fizeram isso com elas não tenham sido presos!
"O nó na minha garganta e a minha dor de estômago tem nome: gordofobia. E não me surpreende que ela venha diretamente de homens que me elogiam afetuosamente quando me encontram. Só me entristece."... que forte... que importante expor tudo isso!
Desde que ouvi o episódio da Rádio Novelo estou arrasada.
Confesso que a parte dos universitários laçarem mulheres gordas, na época em que ouvi, não me chamou tanto a atenção frente a todos os outros gatilhos que o texto me deu. Por mais que eu seja também uma mulher gorda.
Mas conforme fui lendo textos e ouvindo depoimentos a respeito, fui me dando conta de mais camadas até entender que pode haver colegas homens que também desejariam fazer comigo o que fizeram com aquelas mulheres na universidade.
Isso me deixou amargo na boca porque eu lembro que um dos citados no e-mail tinha um tumblr chamado “FUCK YEAH - Gostosa que se acha gorda” com fotos de mulheres gordas “padrão”, muito acinturadas, peitao, bundao. O fetichismo e a “gorda aceitável”. Uma eu homenageio, a outra eu monto em cima. Mais uma espécie de crueldade na gordofobia e na misoginia, servidos frios. Nojo.
Nossa, eu não sabia disso! Que horror. Me conta no privado quem é?
Eu ouvi o podcast e a parte sobre a violência contra as meninas da universidade foi algo que me deixou bastante triste. Li seu texto. Ele é potente e não me deixará esquecer sobre a gordofobia, principalmente em relação às mulheres, que, de novo, são alvo todo dia de alguma coisa vive nessa insistência absurda de nos machucar.
Total! É muito triste e passa muito despercebido. Como se pessoas gordas não fossem gente
Eu já li “tudo” sobre o CPF na nota e nada de ouvir o podcast de fato (gatilhos). A certeza de que ele torna a frase “não existe uma experiência individual” na vida das mulheres verdadeira, é uma triste constatação. Porém que bom poder te ler no meio desse turbilhão. Sigamos. 🤝
Obrigada por ler! Sigamos
Esse episódio lamentável do rodeio foi apagado da memória de muita gente. Como tantos outros onde a pauta não dói uma vez que sempre cabe a quem sofreu a violência "virar a página e seguir em frente", seja lá com seus traumas e a que custo em terapia. Aos propagadores da violência aquela desculpa tipo "band-aid" sempre foi a maior punição que tiveram. Bobear hoje estão em cargos de gerência em empresas dizendo que aquilo foi uma "brincadeira tola de adolescente"... Queria saber se teve unzinho que veio olhar nos olhos das meninas que zoaram e se mostraram sinceramente arrependidos a ponto de fazer algo para que coisas desse tipo nunca mais acontecessem? Enquanto isso seguimos acreditando nas voltas que o mundo dá, esperando que a justiça divina faça mais do que a sensibilidade humana deveria fazer.
Nenhuma mulher está protegida. Nem mesmo das outras mulheres.. aquelas que te julgam com olhares na loja em que vendem roupas por te acharem "inapropriada" para o estilo, nas academias onde buscamos recuperar ou ter aquilo que muitas tem de sobra (autoestima), quando vem a "amante" consolar o pobre do cara casado incompreendido pela esposa tóxica (mal sabendo a versão da esposa, ou as noites em que ao invés de afeto ela ouviu críticas, cobranças e ausência), nos circulos de mulheres quando te julgam "aquela erudita nerdola", "a santinha", a "x rotulos além"... são poucas - e essas guardamos na alma, aquelas que sim - mostram empatia, acolhimento e a tal sororidade. Muitas seguem alimentando estes machos e rindo junto, porque acham que estão no mesmo patamar que eles. A gente luta e segue lutando acreditando ingenuamente em uma mudança, só porque lá atrás contaram pra nós que a "esperança é a última que morre" - mas não disseram que antes dela, muitas mulheres morrerão primeiro.
Essa brutalidade no seu texto é essencial para o tema (sem ironia).
obrigada!
Obrigada! Nenhuma experiência é individual. Ja fui motivo de piadas em outro espaço, o eclesiastico! NÃO ERA MULHER PRA CASAR, porque era gorda e falava muito, estudava ! e sofri isso na pele, quando nas palavras da eclesia " conseguiu o que queria" levei pé na bunda e fui motivo de chacotas! isso acabou com meu psicologico! Na Academia não sofri isso, mas sabemos que isso é real. Eles pagam de bom moços. Mas ainda hoje, fazem piadas e nos objetivizam! obrigado por seu texto!
Muito importante o seu texto!! Também fiquei chocada com como essa parte horripilante NÃO foi notícia.
Tua escrita ♥️
Obrigada
obrigada por me ler!
Nossa, que texto bom. Obrigada por chamar atenção dessa parte, que pelo jeito passou batido. Violência com mulheres gordas é na verdade uma violência a todas as mulheres — afinal eles mesmos, homens, têm essa permissão que não nos é dada, não é ?
Consolo-me que todos do referido e-mail são absolutamente medíocres em sua escrita, mas gera revolta que ainda assim sejam prestigiosamente publicados e premiados, enquanto nós nos mantemos à margem.
Eu fiquei muito triste com esse episódio, de verdade. A gente pensa que tá protegida na bolha progressista, mas não. Os caras são bastante cruéis e querem ver gente como eu sendo violentada publicamente. Se divertem e regozijam com isso. Muito triste.
Sim. Muito cruéis. Mas sempre foi assim, o nosso corpo pertence a eles e às suas opiniões sobre nós, enquanto mulheres. Você já participou de algum grupo de escrita criativa comandado por um homem, de preferência um com um ego bem inflado e já premiado ? Show de horrores…
Boa noite. O que a Vanessa Bárbara relatou na citação a essa coisa horrenda do "Rodeio das Gordas" era para ter repercutido novamente, mas com a força total da "Horda Progressista" que tanto fica gritando palavras de ordem nas Redes Sociais. Não vi reação ou citação alguma dessa parte do "CPF Sem Nota" advinda de trabalhos como Mídia Ninja, Jornalistas Livres, Brasil de Fato, Pragmatismo Político... Nem os Progressistas solitários, seguidos por milhares e milhões se manifestaram. Eu somente soube dessa atrocidade a partir do episódio do Podcast e me revolto totalmente com o que ocorreu; e mais raiva ainda deu ao pesquisar na Internet e ver que os lixos que fizeram aquilo tudo com as meninas foram tratados como as vítimas ao invés DELAS, como se fossem garotinhos que aprontaram uma "brincadeira inconsequente" sem maiores desdobramentos. Essas moças, hoje, devem carregar ainda o trauma do que ocorreu com elas de uma forma muito pesada e é revoltante que os Desgraçados que fizeram isso com elas não tenham sido presos!
"O nó na minha garganta e a minha dor de estômago tem nome: gordofobia. E não me surpreende que ela venha diretamente de homens que me elogiam afetuosamente quando me encontram. Só me entristece."... que forte... que importante expor tudo isso!
Desde que ouvi o episódio da Rádio Novelo estou arrasada.
Confesso que a parte dos universitários laçarem mulheres gordas, na época em que ouvi, não me chamou tanto a atenção frente a todos os outros gatilhos que o texto me deu. Por mais que eu seja também uma mulher gorda.
Mas conforme fui lendo textos e ouvindo depoimentos a respeito, fui me dando conta de mais camadas até entender que pode haver colegas homens que também desejariam fazer comigo o que fizeram com aquelas mulheres na universidade.